29 de mar. de 2012

ACONSELHAMENTO CRISTÃO

ACONSELHAMENTO CRISTÃO I. DEFINIÇÃO: Segundo o dicionário Aurélio, aconselhamento é uma “forma de assistência psicológica destinada à solução de leves desajustamentos de conduta. No caso do aconselhamento cristão podemos defini-lo da seguinte maneira: uma forma de assistência espiritual, física e psicológica destinada à solução de todos os desajustamentos de conduta (leia-se pecado) e os desajustamentos de motivação. Aconselhamento cristão não é dizer a uma pessoa: “você está em pecado e deve mudar de atitude, porque a Bíblia diz. Caso contrário, você queimará no fogo do inferno”. Aconselhamento cristão não é dizer a uma pessoa: “você está agindo assim, porque no passado não experimentou algo. Não se preocupe a culpa não é sua, mas de outras pessoas e das circunstâncias do passado. No primeiro exemplo temos um legalismo frio que supervaloriza a culpa e anula a graça. No segundo exemplo temo uma espécie de um determinismo psicanalítico, que nega a culpa real do ser humano diante de Deus e destrói o evangelho de Cristo. Infelizmente, tem sido assim, que muito pastores e lideres tem encarado o assunto aconselhamento cristão. II. LEITURA BÍBLICA PRELIMINAR A. Is 9.6 “Conselheiro” – um dos títulos proféticos de Jesus, o Messias B. Is 11.2 “O Espírito de conselho” repousa sobre o Messias C. Jo 14.16 “Ele vos dará outro Consolador” – um dos títulos do Espírito Santo: “Consolador” (parakleton). D. Rm 12.8 “ou o que exorta, use esse dom em exortar” (parakaleo) E. Rm 1.4 “Consolação das Escrituras” (paraklesis) F. Cl 1.28 “admoestando a todo homem” (nouthesia) – isto é, nós hoje – a igreja. At 20.31 “admoestar com lágrimas a cada um de vós” (nouthesia). Vemos aqui que Paulo muito ministrava mediante aconselhamento pessoal. Ef 6.4 “Criai-vos na doutrina(paidia) e admoestação (nouthesia)do Senhor” Cl 3.16 “Admoestando uns aos outros com salmos, hinos e cânticos espirituais” (nouthetountes). Para que tal aconselhamento ocorra, atentemos bem para o final deste versículo: “cantando ao Senhor com graça em vosso coração”. G. Livros da Bíblia de grande conteúdo de aconselhamento: Deuteronômio, Provérbios, Salmos, João(evangelhos e epistolas), Mateus (principalmente o Sermão da Montanha), Filipenses, Efésios, 1 e Pedro, Tiago. F. “Nunca vos deixei de anunciar todo o Conselho de Deus” – At. 20.27 III. CARACTERISTICAS DO ACONSELHAMENTO CRISTÃO • Deve ser realizado por um cristão; • Deve ser centrado em Cristo ( Cristo é o centro de tudo, Nele está a fonte da sabedoria) • Deve ser alicerçado na igreja ( a igreja é maior comunidade terapêutica do mundo) • Deve ser centrado nas Sagradas Escrituras ( A Bíblia é o nosso Manual de fé e conduta, é o único livro que lê nossa vida, em o poder transformador, ela é uma fonte de cura – vide Sl. 107.20) IV.AS TRÊS GRANDES DIVISÕES DO ACONSELHAMENTO • EDUCATIVO – envolve a iniciativa por parte do conselheiro, no sentido de ensinar princípios de saúde mental a grupos; • PREVENTIVO – procura impedir que os problemas se agravem ou evita completamente a sua ocorrência; • TERAPÊUTICO – envolve ajuda ao individuo, a fim de que ele trate dos problemas existentes da vida. V. O CONSELHEIRO E O ACONSELHAMENTO Quase todos nós encontramos pessoas que gostariam de desempenhar o papel de conselheiros e ajudar pessoas, muitas vezes por se tratar de uma atividade considerada fascinante – dar conselhos e ajudar pessoas a resolverem seus problemas. O aconselhamento, como é natural, pode ser um trabalho muito gratificante, mas não leva tempo para descobrirmos que se trata de uma tarefa árdua, emocionalmente exaustiva. Ele envolve concentração intensa e algumas vezes nos faz sofrer, ao vermos tantas pessoas infelizes. A Motivação do Conselheiro Porque você quer aconselhar? Alguns conselheiros cristãos, especialmente pastores, foram praticamente obrigados a exercer essa ocupação devido às pessoas que os procuram espontaneamente para pedir ajuda com seus problemas. Outros encorajam as pessoas a procurá-los e talvez tenham feito um treinamento especial, baseados na suposição valida de que o aconselhamento é uma das maneiras mais eficazes de servir aos outros. Como vimos, a Bíblia ordena o cuidado mutuo e isto com certeza envolve o aconselhamento. Quase nunca é fácil analisar e avaliar nossos motivos. Isto talvez se aplique especialmente quando examinamos nossas razões para praticar o aconselhamento. Um desejo sincero de auxiliar pessoas a se desenvolverem é uma razão valida para tornar-se um conselheiro, mas existem outras que motivam os conselheiros e que interferem com a eficácia de seu aconselhamento 1.Curiosidade – Necessidade de informação. Ao descrever seus problemas, os aconselhados, no geral, oferecem certas informações que não contariam a mais ninguém de outra forma. Quando o conselheiro é curioso, ele ou ela algumas vezes esquece o aconselhado, pressiona para obter mais detalhes e com freqüência não consegue manter segredo. 2. A Necessidade de manter relações.Para alguns aconselhados, o conselheiro será seu melhor amigo, pelo menos temporariamente. Se você procurar oportunidades para prolongar o período de aconselhamento, para chamar o aconselhado, ou reunir-se com ele socialmente, a relação pode estar satisfazendo suas necessidades de companhia tanto quanto(ou mais do que) proporciona ajuda ao aconselhado. 3. A Necessidade de Poder. O conselheiro autoritário gosta de “endireitar” ou outros, dar conselhos(mesmo quando não solicitado), e desempenhar o papel de “solucionador de problemas”. Alguns aconselhados do tipo dependente podem desejar isto, mas não serão ajudados se suas vidas forem controlados por outra pessoa. A maioria das pessoas, eventualmente irá opor resistência a um conselheiro autoritário. Ele não será um verdadeiro ajudador. 4. A necessidade de Socorrer. O conselheiro deste tipo tira a responsabilidade do aconselhado ao demonstrar uma atitude que diz claramente: “você não é capaz de resolver isso, deixe tudo comigo”. Esta foi chamada de abordagem do messias benfeitor. Ela pode satisfazer o aconselhado por algum tempo, mas raramente fornece ajuda duradoura. O papel do conselheiro O aconselhamento, especialmente o pastoral, torna-se às vezes ineficaz porque o conselheiro não tem uma idéia clara do seu papel e responsabilidades. Numa serie inteligente de artigos há vários anos atrás, Maurice Wagner identificou varias áreas potenciais de confusão de papéis. 1.Visita em lugar de Aconselhamento. A visita é uma troca mutua e amigável de informações. Todo aconselhamento envolve visitas periódicas, mas quando estas se prolongam ou são o ponto principal, os problemas são evitados e é reduzida a eficácia do aconselhamento. 2. Pressa em lugar de Deliberação. É verdade que os conselheiros não devem perder tempo, mas também é certo que o aconselhamento não pode ser acelerado. 3. Desrespeito em lugar de simpatia. Alguns conselheiros classificam rapidamente as pessoas (por exemplo, como um “cristão carnal”, um “divorciado”,) e depois despedem os indivíduos com um confronto rápido ou conselho rígido. Ninguém quer ser tratado com tanto desrespeito e o ajudador que não com simpatia provavelmente não dará conselhos eficazes. 4. Condenação em Lugar de Imparcialidade. Há ocasiões em que os aconselhados precisam enfrentar o pecado ou comportamento incomum em sua vida, mas isto não é o mesmo que pregar e condenar na clinica de aconselhamento. Lembre-se do exemplo de Jesus, Ele jamais fez vista grossa para o pecado, mas compreendia os pecadores e os confrontava, manifestando sua bondade e respeito por eles.Foi assim com a mulher samaritana – cf Jo 4.1ss VI. DEZ PRINCIPIOS BÁSICOS SOBRE ACONSELHAMENTO 1. Santidade e saúde mental são sinônimas – Jo 10.10; Sl 119.9;18,105 2. O aconselhamento não deve apenas atender às necessidades das pessoas, mas também ajudá-las a ter um relacionamento com Deus – Hb 12.7-11 3. Associar o Espírito de Deus e a Palavra de Deus ao povo de Deus ajuda as pessoas a crescer 4. As pessoas têm satisfação na vida somente quando têm relacionamento correto com Cristo – Jo 3.1ss 5. O Senhor necessariamente não apaga as experiências dolorosas da vida ou as lembranças dessas experiências (por exemplo, maus tratos feitos por pai ou mãe, a morte de um ente querido), mas o Senhor sensibiliza os crentes por meio de experiências dolorosas, usando-as para ajudar outros que estejam passando por lutas ou estejam sofrendo – II Co 1.3,4 6. As Escrituras sempre estão certas – Pv 6.27 7. O aconselhado sempre é responsável por fazer o que é certo 8. O aconselhado, referente ao seu problema, tem a capacidade de escolher uma resposta bíblica e que honre a Jesus. 9. Todo individuo, pouco importando qual seja seu problema pessoal, é uma pessoa de valor, feito à imagem de Deus. 10. Toda verdade é, na realidade , a verdade de Deus. Esses dez princípios são princípios divinos. Eles funcionarão para trazer cura e saúde à medida que, pelo aconselhamento, os ministros alcançarem aqueles que estão em necessidade VII. O ACONSELHAMENTO – GENERALIDADES A. locais de aconselhamento. Aconselhamento em sala apropriada. Aconselhamento em outros locais: Depende das circunstâncias, das condições locais, das situações e do momento do atendimento. B. Ter agenda, e fazer o devido agendamento. C. Ter ficha de atendimento. D. Ser assíduo e pontual com as pessoas e reuniões. E. Aconselhamento por carta, telefone, informática; seus limites. F. Aconselhamento em visitação. G. Aconselhamento em viagem. Obs.: A melhor forma de aconselhamento é o pessoal. VIII. PRECAUÇÕES DO CONSELHEIRO NO ACONSELHAMENTO Cuidado comuns. A.Quanto ao próprio conselheiro. Por exemplo: individualismo; favoritismo; discriminação; preconceito; etc. B. Quanto ao aconselhado C. Quanto ao local de aconselhamento. Limpeza, arrumação, iluminação, ventilação, ruídos, movimento nas proximidades, privacidade relativa D. Quanto ao momento vivencial do aconselhamento O exemplo de Jesus: com Nicodemos (um homem): à noite, em casa, a sós. Com a Samaritana (uma mulher): de dia, em público. E. O conselheiro não deve ser guiado ou movido simplesmente pelo seu próprio espírito, para falar, orientar, instruir; mas depender de Deus, que conhece tudo em todos. I Sm 16.7 Sim o conselheiro não deve ser apenas um eco ou reflexo daquilo que ele vê, ouve, pensa, lê, estuda, e consulta. F. Aplicar no aconselhamento os princípios bíblicos, conforme diz Rm 15.4 “Consolação (paraklesis) das Escrituras”. O mesmo termo original referente a aconselhamento aparece em passagens como I Tm 4.13;Rm 12.8. IX. AREAS MAIS COMUNS DO ACONSELHAMENTO CRISTÃO A.Área da família em geral 1. A criança; o adolescente; o jovem; pais e filhos 2. Adultos e idosos 3. Parentes 4. Namoro, namorados, noivos e assemelhados. Eles e elas. APM (Aconselhamento Pré-Marital) 5. Celibatários (com ou sem vocação para o casamento). 6. O casamento como ato (a cerimônia de casamento), e como estado (a vida que irão ter). O marido. A mulher. Vida conjugal (matrimonial), o casamento feliz, problemas e conflitos conjugais, abandono, viuvez. B. Área ministerial. (ver I Ts 5.12 “ vos admoestam” (noutheteo). 1. Aconselhamento quanto a assuntos vivenciais do obreiro, mas também quanto ao desempenho ministerial dele. 2. Vida relacional do obreiro no ministério. 3. A família do obreiro em geral. O próprio obreiro; a esposa; os filhos; parentes; etc. C. Área religiosa 1. Assuntos bíblicos (o texto bíblico); Teologia bíblica. 2. Assuntos teológicos e afins. Exemplo: A Teologia especulativa, a relativista, e a bíblica 3. Assuntos doutrinários (As doutrinas da Bíblia) D. Áreas humanas A vocacional; a profissional; a acadêmica E. Área da vida cristã Vida espiritual; membros da igreja; congregados; novos convertidos; fracos na fé; desviados; fraquezas; erros, confissões de pecados, disciplina bíblica e cristã pela igreja, perdão, vícios diversos (no sentido de falhas morais). F. Área da apologética 1. Religiões, seitas e doutrinas falsas. Práticas antibiblicas. Inovações doutrinárias. 2. Falsas filosofias. Os “ismos”. G. Área da ética Abrange usos, costumes, praticas, tradições, secularismo; mundanismo, hábitos, vícios, complexos, recalques H. Área da vida situacional pessoal. As situações que surgem na vida. É nessas situações e ocasiões que o nosso “eu” vem à tona. 1. Crises; dificuldades; necessidades; apertos; problemas; tribulações, provações. 2. Doenças; acidentes; desastres; pacientes terminais; falecimentos; funerais, incapacitação física; invalidez etc. 3. Ocorrências imprevistas, inesperadas, súbitas, desagradáveis, negativas. I. Área institucional Capelania evangélica Aconselhamento em escolas, internatos, asilos, hospitais, presídios, etc. Casos de drogas; delinqüência; criminalidade. J. Área de doenças mentais, e, demonismo Diagnóstico diferencial entre psicopatias e demonismo Tentação, opressão, possesão, expulsão de demônio. Libertação espiritual pelo Poder de Deus mediante sua Palavra X. CLASSE DE ACONSELHADOS A. Consulentes; clientes Crentes; não crentes; desviados Crianças; adolescentes; jovens (o rapaz e a moça); adultos; idosos; estudantes; trabalhadores; profissionais; etc. Casados, viúvos; solteiros; descasados; cônjuge abandonado; divorciados. Obreiros; não-obreiros (homens e mulheres) B. O estado dessas pessoas: Carência; dúvidas; decisões; orientações; etc. XI. JESUS, O CONSELHEIRO POR EXCELÊNCIA Ninguém exerceu um papel tão bem na área do aconselhamento como nosso Amado Mestre, através do seu amor, sua vida, seus exemplos, ele levou indivíduos e famílias inteiras a receberam cura para suas feridas, paz para alma, e vida vitoriosa. Por isso a Bíblia o chama de: Conselheiro – Is. 9.6; o Espírito de conselho estava sobre Ele – Is. 11.1,2, na verdade ninguém nunca falou como Ele. Cheio do Espírito santo Ele encontrou pessoas em situações de crise e as confrontou com compaixão. Veja: • Na resposta ao jovem rico – Lc. 18.18-30 (estava numa crise existencial, perguntava o que tinha de fazer para herdar a vida eterna. • No encontro com Zaqueu – Lc. 19.1-10 (em crise profissional) • No encontro com a mulher Samaritana – João 4.1ss (em crise moral) • No encontro com Nicodemos – João 3.1ss (crise espiritual) • Na resposta dada às irmãs de Lázaro – João 11.23-40 XII. ACONSELHAMENTO CRISTÃO ENVOLVE OS SEGUINTES PROBLEMAS: Desde a queda do homem no pecado, o homem tem estado em grandes conflitos, trazendo ao mesmo os seguintes problemas: • Problema ecológico – separando-o da criação; • Problema sociológico – separando-o dos seus semelhantes; • Problema psicológico – separando-o de si mesmo; • Problema espiritual – separando-o de Deus... Somente através da redenção em Cristo Jesus o homem pode tornar-se uma nova criatura e ter forças para vencer os problemas da vida...Acrescente-se ainda que dentro da área de aconselhamento, deparamos com os seguintes traumas que cercam o ser humano, tais como: • Problemas relacionados com a fé • Problemas sexuais • Depressão • Ansiedade/preocupação • Problemas com os filhos • Vícios • Escola/profissão/emprego • Pré-matrimonial e matrimonial • Morte XIII. A FINALIDADE DO ACONSELHAMENTO • Estimular o desenvolvimento da personalidade; • Ajudar os indivíduos a enfrentarem com eficácia os problemas da vida; • Prover encorajamento e orientação para quem perdeu alguém querido ou esteja sofrendo decepção; • Levar o individuo a uma relação pessoal com Cristo XIV. QUALIFICAÇÕES DOS CONSELHEIROS EFICAZES • Ter caráter integro. O caráter é a nossa “marca” pessoal distintiva, vista aonde estamos, e deixada aonde passamos; • Espiritualidade genuína. (isto é ter a vida cheia do Espírito Santo, ser cheio, guiado, movido pelo Espírito) • Bíblia. Conhecimento bíblico sistemático e não apenas aleatório, conhecimento abalizado da doutrina bíblica; • Conhecer (mesmo!) o seu próprio temperamento, e controlá-lo. Sócrates, ilustre filosofo grego (468-400 a.C.): “homem, conhece-te a ti mesmo • Sinceridade. O conselheiro sincero é “real” – uma pessoa aberta, franca, que evita o fingimento ou uma atitude superioridade. A sinceridade implica em espontaneidade sem irreflexão e honestidade sem confrontação impiedosa. Isto significa que o ajudador é profundamente ele ou ela mesmo – não sendo do tipo que pensa ou sente uma coisa e diz outra. • Cuidado. Com sua higiene pessoal, da sua apresentação pessoal, da sua linguagem em geral, e do ambiente físico do local do aconselhamento. • Amor ao próximo. Ou melhor: amor de Deus pelo próximo; • Orar. Orar sempre. Orar mais. O conselheiro precisa ser um homem de oração, sempre deve depender de Deus em oração para o Espírito operar. XV. AS CRISES NO ACONSELHAMENTO À medida que avançamos na vida, a maioria de nós tem um comportamento bastante consistente. Como é natural, todos experimentamos altos e baixos espirituais e temos as vezes de aplicar um esforço extra para tratar de emergências ou problemas inesperados, mas ao nos aproximarmos da idade adulta, cada um de nós desenvolve um repertório de soluções de problemas baseado em sua personalidade, treinamento e experiências passadas. Usamos frequentemente essas técnicas e conseguimos assim enfrentar com sucesso os desafios da vida. Surgem, porém as vezes, situações mais graves que ameaçam nosso equilíbrio psicológico. Essas situações, ou acontecimentos da nossa existência, são também chamados de crises. Elas podem ser esperadas ou inesperadas, reais ou imaginárias, fatuais(como quando um ente querido morre) ou potenciais (como quando parece que um ente querido possa vir a morrer logo). Vários escritores comentam que a palavra chinesa para “crise” inclui dois símbolos. Um significa perigo e outro oportunidade. Uma crise é um perigo porque ameaça vencer a pessoa ou pessoas envolvidas. As crises envolvem a perda de alguém ou de algo importante, a mudança brusca de nosso papel ou posição, ou o aparecimento de pessoas ou acontecimentos novos e ameaçadores. Em vista dessa situação critica ser tão intensa e única. Isto leva a um período de confusão e espanto, geralmente acompanhado de comportamente negativo e distúrbios emocionais inclusive ansiedade, ira, desânimo, tristeza ou culpa. Isto pode persistir por várias semanas ou até mais. As crises, porém, dão às pessoas a oportunidade de mudar, crescer e desenvolver meios melhores de superá-las. Desde que as pessoas em crise quase sempre sentem-se confusas, elas ficam mais abertas à ajuda externa, inclusive o socorro de Deus e aquele proporcionado pelo conselheiro. A Biblia e os Tipos de Crise Grande parte da Bíblia trata de crises. Adão, Eva, Caim, Noé, Abraão, Isaque, José, Moisés, Sansão, Jefté, Saul, Davi, Elias, Daniel e várias outras personagens enfrentaram crises que o Velho Testamento descreve com detalhes. Jesus enfrentou crises (especialmente quando da sua crucificação) e o mesmo aconteceu aos discípulos, Paulo, e muitos dos primeiros crentes. Várias das Epistolas foram escritas a fim de ajudar os indivíduos ou igrejas a enfrentarem crises, e Hebreus resumiu tanto crises cujo final foi feliz como aquelas que resultaram em tortura, incrível sofrimento e morte. Os escritores contemporâneos identificaram três tipos de crises, cada uma das quais contém exemplos tanto modernos quanto bíblicos. 1. As Crises acidentais ou situacionais ocorrem quando surge uma ameaça repentina ou perda inesperada. Exemplo: morte, doença súbita, gravidez fora do casamento, perda de casa, economias, posição etc. Vemos um exemplo disso no Patriarca Jó, que num período muito curto de tempo perdeu filhos, riquezas, saúde etc. 2. As Crises de desenvolvimento surgem no curso do desenvolvimento humano normal. Tais como: entrada na escola, ida para a faculdade, ajustes no casamento e na paternidade, aceitação de criticas, declínio da saúde, adaptação à perda de amigos etc. 3. As crises existenciais que quase sempre se sobrepõem às acima, surgem quando somos forçados a enfrentar verdades pertubadoras, tais como compreensão de que: • Sou um fracasso • Sou velho demais para alcançar meus objetivos de vida • Fui “deixado para trás numa promoção”; • Minha vida não tem propósito; • Fui rejeitado por causa da cor da minha pele • Minha doença é incurável • Sou viuvo e agora; • Não tenho nada em que acreditar • Minha casa e bens se foram por causa do incêndio; • Estou aposentado A Bíblia se refere a essas três tipos de crises e dá orientação tanto ao aconselhado como ao conselheiro interessado em intervir nas crises. XVI. CONSELHOS QUE MUDARAM A HISTÓRIA DE FAMÍLIAS INTEIRAS: • Eliseu aconselhou a viúva a tomar vasos emprestados, e derramar azeite sobre os mesmos. A situação daquela família era difícil, o marido falecera, e o credor viria buscar seus filhos para serem escravos, ao obedecer os conselhos do homem de Deus, ela viu o milagre na sua família – cf. II Rs.4.1-7 • A sunamita também alcançou a benção na sua família, ao morrer seu filho , ela saiu ao encontro do homem de Deus, conta sua situação, e o homem de Deus, cheio d sabedoria e compaixão, vê sua amargura de alma e vai até sua casa, ora pelo menino e o mesmo ressuscita, trazendo alegria aquela família – cf II Rs. 4.8ss • Elias aconselha a viúva de Serepta a fazer um bolo primeiro para ele,e depois, para ela e seu filho, ela obedece a voz do profeta e recebe a benção em sua família – II Rs. 17.8-14 • Uma menina levada cativa de Israel, estava a serviço da mulher de Naamã, ao ver que o mesmo era leproso, aconselha: Oxalá o meu senhor estivesse diante do profeta que está em Samaria, ele restauraria sua lepra, ao tomar conhecimento do fato, Naamã, vai ao encontro de Eliseu, e o mesmo o aconselha a se banhar sete vezes no Jordão, ao obedecer o conselho do profeta ele recebe a cura de sua lepra – II Rs.5. Conclusão: aconselhamento aponta sempre para a solução, cura e restauração de vidas, é de suma importância que ouçamos os conselhos que nos são dados, pois com: conselhos prudentes se faz a guerra; e na multidão dos conselheiros há segurança – Pv.11.14. “Ao Rei consagro o que Fiz”... Sl 45.1 José Carlos Alexandre, Pr. CEADER 1940

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